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Começou ontem o período de campanha eleitoral embora as diversas candidaturas já tivessem iniciado as suas pré-campanhas, umas com melhores resultados, outras com piores. Sobre este arranque é possível tecer algumas considerações:
De acordo com os dados divulgados pela DGES o Instituto Politécnico de Tomar volta a ser, pela 3.ª vez consecutiva, a instituição de ensino superior pública com a menor taxa de ocupação com, exactamente, 20% de vagas colocadas.
Das 515 vagas foram preenchidas apenas 103 nas 3 escolas do Instituto Politécnico de Tomar (Escola Superior de Gestão de Tomar e Escola Superior de Tecnologia de Abrantes 81 em 400 e Escola Superior de Tecnologia de Abrantes 22 em 115).
Já antes havia escrito que “se poderia aproveitar a Vázea Grande como uma verdadeira Praça do Município, ocupando a Câmara Municipal o complexo do Convento de São Francisco”, que até se poderia, num horizonte a longo prazo, “equacionar a construção dum parque subterrâneo” e que “embora mais difícil de conseguir dado o enorme esforço de negociação com a CP e a Rodoviária, a remodelação da Central de Camionagem, da Estação de Tomar e da Praça de Táxis, de forma a harmonizar a fachada dos dois edifícios, melhorar substancialmente a Central de Camionagem, desviando a entrada e saída dos autocarros pela lateral e criando uma praça de táxis mais bem organizada”.
Tornar a participação pública directa num dos pilares da democracia é uma ideia que me parece que, senso comum, faz todo o sentido, porém, se não é viável realizar assembleias municipais com todos os eleitores o mesmo não quer dizer que seja, de todo, impossível. De facto, há uma forma bastante eficaz de envolver as comunidades na resolução dos problemas do município em sede própria, trata-se do Orçamento Participativo que o Município de Palmela, de forma pioneira, introduziu em Portugal com resultados bastante satisfatórios, não só por fornecer à própria autarquia uma ferramenta eficaz para auscultar os seus munícipes como permitiu às populações exercer um direito seu de forma muito mais directa que a representatividade política.
Nos tempos que correm a situação económica e social do Município de Tomar é grave e apresenta evidentes sinais de debilidade fruto do estado caótico que a Câmara Municipal de Tomar, e o seu executivo, permitiu que se instalasse. A progressiva regressão do sector secundário, nomeadamente, da actividade industrial e falta de criação de postos de trabalho nos demais sectores atiraram este município para a linha da frente do desemprego e das desigualdades sociais condenando o Concelho à estagnação e ao retrocesso.
Deverá a questão do parque de estacionamento nas traseiras da Câmara Municipal ficar condenada a ser um assunto mal resolvido para a posteridade? Sabemos que o “investimento” está feito e nada alterará isso, porém, pensando mais profundamente e, indo enveredando por caminhos não tão canónicos, estarão esgotadas todas as opções viáveis para a resolução desse problema?
É um facto que os centros históricos ao longo dos tempos tendem a padecer de especulação imobiliária que faz disparar o preço do metro quadrado ao passo que, em sentido inverso e em frequentes casos, as rendas se foram tornando cada vez mais desfasadas da realidade económica. O resultado traduziu-se, um pouco por todo o país, nas baixas de muitas cidades completamente envelhecidas, degradadas e sem vida aparente. Os centros históricos têm dois tipos de inquilinos estereotipados: Os mais idosos com rendas muito baixas, diga-se também de acordo com o seu rendimento, que impedem os senhorios de realizar as devidas obras de manutenção dos edifícios e; Os escritórios e lojas com poder económico para pagar rendas inflacionadas por uma especulação aparente. No fim, sobra a política de Rei Morto, Rei Posto, onde os senhorios deitam vivas à vacância de lugares, muitos sem mesmo efectuar obras de restauro e melhoria, para logo aumentar a exigência de valor pela renda, como se, de facto, no memento que Portugal atravessa, existisse uma procura elevada por tais espaços, o que não é verdade.
Um dos pontos fulcrais no processo de revisão das metas e objectivos futuros é o da sustentabilidade da autarquia, é conhecida a sua ineficiência financeira que se traduz, igualmente numa ineficaz política económica no concelho de Tomar.
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