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Anabela Freitas ganhou as eleições em Tomar, antes de tecer quaisquer comentários cabe-me saudar a candidata e o Partido Socialista pela vitória em Tomar.
Não embarcando em euforias, considero apesar de tudo que não venceu a melhor opção, que reafirmo ser a candidatura à qual me associei, a do Eng, Bruno Graça e do colectivo da CDU de Tomar, que, não obstando, obtivemos um bom resultado ao atingirmos um dos objectivos secundários, a eleição de pelo menos um vereador, sendo que o objectivo primordial e fulcral, seria obviamente a presidência da Câmara Municipal.
“Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce” escreveu Fernando Pessoa no seu Mar Portuguez d’A Mensagem, é esse o espírito que vos quero transmitir, um sentimento que “Tomar quer, o Povo sonha, a Obra nasce”.
Durante muito tempo sempre nos habituámos a aceitar e conformarmo-nos com a degradação da nossa cidade, com e definhar do nosso concelho, limitámo-nos a constatar factos, a julgar pessoas e a criar ilusões, pensámos que a força do nome de Tomar seria suficiente, deitámo-nos à sombra do Nabão, esperámos que um qualquer messias descesse à Terra para a salvar do seu colapso.
Dia 29, votem em mim, votem nesta equipa, votem em Tomar, VOTEM NA CDU.
Virgilio Miguel Almeida Alves;
N.º 6 na lista da CDU para a Assembleia Municipal de Tomar
Começou ontem o período de campanha eleitoral embora as diversas candidaturas já tivessem iniciado as suas pré-campanhas, umas com melhores resultados, outras com piores. Sobre este arranque é possível tecer algumas considerações:
Tornar a participação pública directa num dos pilares da democracia é uma ideia que me parece que, senso comum, faz todo o sentido, porém, se não é viável realizar assembleias municipais com todos os eleitores o mesmo não quer dizer que seja, de todo, impossível. De facto, há uma forma bastante eficaz de envolver as comunidades na resolução dos problemas do município em sede própria, trata-se do Orçamento Participativo que o Município de Palmela, de forma pioneira, introduziu em Portugal com resultados bastante satisfatórios, não só por fornecer à própria autarquia uma ferramenta eficaz para auscultar os seus munícipes como permitiu às populações exercer um direito seu de forma muito mais directa que a representatividade política.
Nos tempos que correm a situação económica e social do Município de Tomar é grave e apresenta evidentes sinais de debilidade fruto do estado caótico que a Câmara Municipal de Tomar, e o seu executivo, permitiu que se instalasse. A progressiva regressão do sector secundário, nomeadamente, da actividade industrial e falta de criação de postos de trabalho nos demais sectores atiraram este município para a linha da frente do desemprego e das desigualdades sociais condenando o Concelho à estagnação e ao retrocesso.
Presentemente o Município de Tomar não possui uma carta que vincule de forma clara e concisa um projecto a desenvolver quer a médio e longo prazo quer no curto prazo, isto, de forma genérica a Câmara Municipal limita-se a proceder a uma gestão da coisa pública em função do momento e, o único factor que mais sazonalidade presenta é o capítulo das obras públicas, de melhoramento ou de embelezamento na sua grande maioria na sede do concelho, tal sazonalidade coincide com as épocas eleitorais.
Segundo o recente estudo "Os Municípios e a Qualidade de Vida (2012)" feito pela Universidade da Beira Interior que no distrito de Santarém determinou os seguintes ICDES - Índices Concelhios de Desenvolvimento Económico e Social:
Fica portanto a questão: Se os municípios administrados pela CDU adquirem resultados evidenciados, como explicar que, na prática, pouco ou nada se vê, ouve ou lê nos órgãos de comunicação social?
A aprovação através de métodos dúbios e estranhos à democracia que se diz representativa do Orçamento da Câmara Municipal de Tomar em sede de Assembleia Municipal, por uma margem de dois votos, 15 a favor (PSD e CDS) e 13 contra, porém, com a notada ausência de presidentes de junta do Partido Socialista e do Grupo Independentes por Tomar, quando, a oposição, PS, IpT, CDU e BE, precisamente os partidos e grupos que votaram contra, somam a maioria dos Membros da Assembleia Municipal de Tomar.
Desta forma, convém analisar a conduta e posições do Partido Socialista e dos Independentes por Tomar, no que diz respeito à ética e moral demonstradas e evidenciadas no decorrer deste processo e das próximas eleições autárquicas...
Todos sabemos que este orçamento é fraco e ineficiente, por um lado sujeito às amarras financeiras dos empréstimos e da solvabilidade a curto prazo, por outro lado, não desenvolve nem pressupõe emlhorias tendente à eficiência dos custos do município, a título de exemplo, a rúbrica adstrita aos encargos com rendas e similares permanece praticamente inalterada, bem como os gastos acessórios que ficaram de fora do suposto plano de poupança do município relativo aos recursos, do qual a supressão da impressão do Boletim Informativo da Câmara Municipal é um dos exemplos, ainda que, do bolo total dos gastos que se podem considerar exagerados, essa poupança não se aproxime de valores de referência, isto é, a maior fatia continua sem alterações demonata, diga-se de gastos com comunicação, contencioso e similares, estadas e transportes, entre outros.
O novo Orçamento e as Grandes Opções do Plano, são parcas no estudo quer microeconómico quer no plano macroeconómico, continua bastante ineficiente a gestão do parque imobiliário do município, uma gestão que sai muito cara à câmara, nem se prevêem as alterações à colecta de impostos por via da grave crise que o país atravessa.
Ante os cortes nas transferências da Administração Central e a nova complexidade conjuntural da economia nacional e local concretamente, que fazem prever um desvio significativamente negativo entre as receitas esperadas e as reais, coloca-se a questão: Como foi possível que uma oposição com poder para fazer chumbar este documento tenha deixado escapar a oportunidade de fazer justiça aos contribuintes com a ausência dos presidentes de junta?
Muito para além do problema democrático, estamos diante de uma grave crise de valores de solidariedade e partilha para com o colectivo, com uma galopante e muito perigosa tendência de alheamento da responsabilidade, justamente daqueles que mais próximo se encontram das populações, uma total falta de respeito para com os munícipes no seu todo que só nos entristece e envergonha.
Caímos num poço sem fim de uma espécie de caciquismo que já nem respeita a unicidade de uma região, nem partidária, nem respeita um princípio que deveria ser o valor mais alto a ter em conta, o princípio da ética e da moral.
Comportando-se pior do que crianças em idade primária, que se debatem uns com os outros por frivolidades menores, estes homens com H minúsculo, assemelham-se a hordes tribais de uma responsabilidade que roça o humilhante. Quando um presidente de junta olha para o seu umbigo em vez de defender a justiça da comunidade, neste caso o concelho, estamos perante um espécie de guerra campal, um bairrismo atroz e uma estupefacção inacreditável
É esta a classe que se pretende apresentar como defensora das populações?
Uma classe que envergonha profundamente os demais autarcas ao real serviço das populações, servindo-se da fuga da responsabilidade.
E que papel têm as estruturas municipais de Partido Socialista e do Grupo Independentes por Tomar? Se estes não conseguem assumir a unicidade dentro das suas estruturas, como é que se propõem a governar o Concelho de Tomar, com a necessária determinação colectiva?
Estas questões assumem um carácter extremamente gravoso, que desacreditam por completo os discursos de Anabela Freitas e do PS bem como o seu pretensiosismo de supostamente liderar uma convergência, está mais do que provado que o Partido Socialista é incapaz de convergir internamente, quanto mais externamente, por outro lado, os Independentes por Tomar, que se pretendem mostrar como um grupo coeso, falharam justamente na altura mais importante.
O PS e os IpT, mostram assim que não têm capacidade para liderar seja o que for, e assim é impossível criar mudança e desenvolver uma visão para o município.
Num acto de hetero-auto-avaliação o socialista Hugo Cristóvão fez uma análise no seu blogue sobre os "dois anos de coisa nenhuma" que os ilustríssimos detentores dos cargos públicos por eleição têm vindo a fazer em Tomar e escreve mesmo que inclui nesse grupo com "com sentimentos que não vou agora classificar" e, "principalmente também porque é muito provável que brevemente venha a tecer considerações mais profundas e a agir em consequência."
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