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Notas sobre as campanhas autárquicas

por Virgilio Alves, em 19.09.13

Começou ontem o período de campanha eleitoral embora as diversas candidaturas já tivessem iniciado as suas pré-campanhas, umas com melhores resultados, outras com piores. Sobre este arranque é possível tecer algumas considerações:

 

  • A CDU trouxe a Tomar Jerónimo de Sousa, sendo sempre uma acção positiva quando se demonstra o apoio das estruturas nacionais às candidaturas locais, a arruada terminou com um pequeno comício na Corredoura que sintetizou o que a candidatura pretende, sem grandes alaridos mas com eficácia.
     
  1. Bastante positivo foi a vanguarda na apresentação do programa, na discussão pública, onde terminou ontem a 8.ª Tertúlia do ciclo de encontros promovidos pela CDU de Tomar para debater o concelho, que obteve vasta participação incluindo de personalidades de vários quadrantes políticos, como profissionais e da sociedade civil.
     
  2. A CDU, inegavelmente moldou o debate político ao apresentar de antemão o seu programa, limitando as restante a copiá-lo ou, quanto muito a proceder algumas, ligeiras, alterações ao que a CDU já havia proposto.
     
  3. Desse modo a CDU, com escassos meios financeiros e logísticos, é sem dúvida a candidatura que mais dinamismo imprimiu ao que deve ser uma campanha, o debate dos problemas do concelho.

 

  • O Bloco optou pela mensagem arrojada, pelo estilo agressivo da sua forma de comunicação, que lhe permitiu, em certa medida colmatar as deficiências na ausência de debate político, programa e visão estratégica.
     
  1. A associação a um movimento independente, é uma tentativa de se descolar da tradicional imagem de sistema, porém é notório a falta de uma unidade em torno duma visão para o município fruto da incapacidade em promover espaços de discussão pública.
     
  2. A apostas em vultos trazidos da sociedade civil é um passo na tentativa da afirmação do que poderia ser o enraizamento no seio da comunidade local mas ainda está longe de o estar completamente, falta estrutura.


  • O CDS tenta capitalizar o trabalho da sua Juventude Partidária, de longe a mais activa, ainda que, espremendo o seu conteúdo, não ofereça soluções, limitando-se a constatar o óbvio, no entanto, têm feito um trabalho meritório, quanto mais não seja, pela falta de coordenação das restantes.
     
  1. Fora isso, o CDS é praticamente inexistente, quer no plano político, quer na apresentação de ideias, isso é escandalosamente visível na actuação do membro da Assembleia Municipal por si eleito, estando em vários assuntos a leste da realidade, demonstrando o que todos sabem, o CDS não é sequer um aglomerado de ideias avulso, limita-se a existir, copiando o estilo do PSD na Assembleia Municipal.
     
  2. Em termos de campanha isso reflecte-se na sua actuação, se não fossem os militantes da sua juventude a empunhar bandeiras, o CDS era praticamente invisível, está vazio de programa.


  • A candidatura do MPT escuda-se numa única lista para a Câmara Municipal, do “mais jovem candidato” que, mesmo que ganhasse com 100% dos votos, nada poderia fazer de relevante, já que não concorre à Assembleia Municipal. Trata-se mais de jogar às eleições do que outra coisa qualquer.
     
  1. Sem recursos perfila-se como um candidatura que usa os meios sociais numa tentativa de se colar a ideias ambientais, um estilo populista de cativar eleitorado pelo acessório e não pelo essencial.
     
  2. As recentes declarações sobre doar parte do rendimento do candidato ao CIRE só vêm provar isso mesmo, uma jogada de marketing propagandístico que visa esconder o óbvio, é uma candidatura que deve ser logo rejeitada, porque não é sequer uma alternativa viável e muito menos uma candidatura capaz.


  • Os Independentes por Tomar, tentam mostrar aquilo que como oposição não foram capazes de empreender, uma fórmula gasta com pessoas que já deveriam ter abandonado a “corrida”, diante das promessas feitas, os Independentes surgem como um grupo que perdeu a sua força dinâmica nunca tendo conseguido apresentar uma estratégia verdadeiramente diferenciada, tomaram algumas posições avulso, mas nada que possa ser implementado como um todo funcional.
     
  1. Incrivelmente conseguem popular a cidade com “outdoors” mesmo não tendo uma máquina partidária, levando-me a questionar de onde provêm os recursos para tão dispendiosa campanha.
     
  2. Como um dos maiores grupos da oposição, esperava-se mais debate, mas tirando alguns encontros, os IpT ficaram muito aquém das expectativas. Não apresentado um alternativa credível e sustentada.


  • O PS com a sua imagem renovada, em tons de azul, prometem a mudança que nunca souberam trazer ao longo da sua actuação política. A “Mudança” não passa duma frase feita que não tipifica a realidade, a sua actuação passada não permitia a audácia de tal “slogan”.
     
  1. Com mais recursos que os IpT e, se aos independentes se pedia mais debate, ao PS, pela estrutura de apoio que tem, ainda se pedia mais, ficaram para trás nesse campo, limitados à actuação que tiveram tanto na Câmara como na Assembleia, por terem feito parte do executivo, por em conjunto com os IpT terem a maioria na Câmara e nem assim conseguirem travar o PSD, ficaram limitados pelo programa da CDU e pelas suas acções.
     
  2. O PS é claramente uma pintura de fachada que tenta esconder as suas fragilidades, tenta pintar um cenário que não corresponde à realidade. Como tal, projectou a sua força nos elementos gráficos e na campanha populista do holofote. O resto ficou para trás, como é recorrente.

 

  • Por fim, o PSD é, desde há muito tempo, o partido da perpétua desilusão, foi aliás deprimente a conduta que tiveram na passada terça-feira como a CDU programou há várias semanas a vinda de Jerónimo de Sousa a Tomar foi vê-los a constituírem à pressa uma "comitiva" de meia dúzia de pessoas, mal organizadas, depois de terem colocado, no dia anterior, uma faixa, precisamente, no lugar onde iria decorrer o mini-comício da CDU.
     
  1. O modo de campanha do PSD é deplorável, vazios de conteúdo, encurralados numa gestão desastrosa do município e a braços com a queda de todos os indicadores de desenvolvimento, fazem o que podem para, literalmente, enganar as pessoas. Vendem a sua candidatura com base na mentira de progresso, deturpando e escondendo a realidade.
     
  2. Não é, de todo, difícil compreender a sua actuação, só com manobras baixas e francamente pouco éticas, vão enganado os incautos, tudo o resto, debates, acções públicas, é inexistente.
     
  3. Por fim, vale a pena lembrar que o PSD está em campanha há várias semanas, confundindo a Câmara Municipal com o seu quartel-general para as autárquicas. Ninguém é ingénuo a analisar o porquê de nos últimos dias do mandato, se verem estradas alcatroadas e outras “generosas” acções de encher o olho aos eleitores. Deplorável!

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publicado às 15:03



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