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Um dos pontos fulcrais no processo de revisão das metas e objectivos futuros é o da sustentabilidade da autarquia, é conhecida a sua ineficiência financeira que se traduz, igualmente numa ineficaz política económica no concelho de Tomar.
Investimentos improdutivos, arrastamento da resolução dos mais elementares problemas, Mercado Municipal, Colégio Feminino, a problemática da ParqT, o complexo de museus da Levada, Palácio Alvim, entre outros problemas.
Começo pelo mais básico, a primeira coisa que qualquer pessoa faz na reorganização da sua vida é arrumar a sua casa, ora o município de Tomar tem a sua casa, ou melhor, casas, bastante desarrumadas, leia-se, inúmeros edifício, de propriedade da autarquia, devolutos e outros tantos espalhados que consomem rendas aos cofres públicos. Se os primeiros são uma fonte de gastos desnecessários, nomeadamente com conservação, e improdutivos na medida em que não geram riqueza sequer para pagar a sua manutenção, os segundos representam gastos que poderiam ser optimizados.
A optimização resulta da centralização num único edifício de todos os departamentos e serviços municipais, com incrementos na eficiência, redução de prazos e custos, aumento da partilha de recursos, humanos e materiais e melhor uso dos gastos com edifícios e sua manutenção, da mesma forma se melhora a eficácia, o cidadão vê as suas tarefas simplificadas, desde logo, por não lhe ser exigidos maiores contratempos, por exemplo nas deslocações aos diversos organismos municipais e a prontidão na resposta às suas solicitações.
Assim, se poderia aproveitar a Vázea Grande como uma verdadeira Praça do Município, ocupando a Câmara Municipal o complexo do Convento de São Francisco. De um lado, na Praça da República, sede De iure do concelho com os Paços do Concelho, a principal “sala de visitas” destinada às cerimónias protocolares e À realização das sessões da Assembleia Municipal, em lato sensu a sede da Assembleia do Município e por inerência, sendo a Assembleia o garante da democracia e fiscalizadora da acção do executivo municipal, a sede do Concelho de Tomar, do outro lado, sede De Facto da Administração do Concelho, isto é, da Câmara Municipal, Strictu Sensu, a sua sede administrativa.
A Várzea Grande, que poderia continuar a albergar o nome de Largo 5 de Outubro ou adoptar a designação genérica de Praça do Município ainda que não perca o seu nome tradicional na oralidade tomarense, abarcava nos seus limites geográficos, um dos símbolos práticos da administração concelhia, o poder judicial, daria as boas vindas a todos quantos cheguem a Tomar por transportes públicos, além da Escola dos Templários, do Jardim de Infância e da Igreja de São Francisco. O que a torna num lugar de excelência para o que aqui se propõe.
Esta transformação acarretaria ainda um ambicioso plano de renovação total do espaço a pensar no longo prazo: Uma placa central com o padrão filipino que marca a posse do espaço pelo povo de Tomar a que se lhe acrescentaria um alto-relevo do brasão da cidade aos pés do padrão em direcção a uma futura estação intermodal de transportes, brasão mais elevado no topo e suavemente descendo até ao nível do chão “olhando” os passageiros que saem dos terminais ferroviário e rodoviário. Em redor do padrão, em linhas rectas e semi-curvas, desenham-se espelhos de água, canteiros de relva e flores circundados por calçada portuguesa decorada com vários desenhos da Cruz de Cristo.
Seria também importante equacionar a construção dum parque subterrâneo, aliás, onde de facto se deveria ter feito em vez dos parques atrás dos Paços do Concelho e junto ao Estádio, a pensar numa aposta sustentável de utilização dos transportes públicos e na maior afluência que a praça teria com a presença dos serviços municipais.
Por fim, embora mais difícil de conseguir dado o enorme esforço de negociação com a CP e a Rodoviária, a remodelação da Central de Camionagem, da Estação de Tomar e da Praça de Táxis, de forma a harmonizar a fachada dos dois edifícios, melhorar substancialmente a Central de Camionagem, desviando a entrada e saída dos autocarros pela lateral e criando uma praça de táxis mais bem organizada. O objectivo é aumentar a fruição de passageiros entre os diversos meios de transporte público e colectivo e incentivar a sua utilização.
A Várzea Grande tem sido um dos parentes pobres das intervenções urbanísticas, porém detém enorme potencial, sendo inclusivamente uma péssima imagem que se dá a quem venha de comboio ou autocarro e se depara logo com o lamaçal em tempo de chuva, a poeira em tempo de calor e um estacionamento desorganizado.
Resolver-se-ia esse problema, criar-se-ia uma administração concelhia mais capaz, uma nova centralidade e, em alguns anos, pagar-se-ia o investimento, que actualmente é uma renda perpétua em edifícios e imóveis alugados.
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