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"Tomar: vereador manda retirar bancos em frente ao quartel dos bombeiros", noticiava o Jornal "O Templário" no dia 18 do corrente mês, por ordem do vereador Luís Ferreira (Partido Socialista) argumentava que a situação que se assistia até à data da usual imagem de bombeiros ali sentados mesmo à entrada do seu quartel e, que no seu entender, tal facto fazia transparecer uma certa imagem de "laxismo" por parte desses bombeiros. Dizia e diz Luís Ferreira.
Para Luís Ferreira, a crise de valores que assistia parece não ter tanta importância como a crise financeira dos tempos actuais que à maioria da população realmente atemoriza, de facto, não haja dúvida que o que mais importa nestes tempos conturbados de ruinosa gestão autárquica é a pretensa má imagem de pessoas que dão a vida pela vida e património alheio, em grande parte em regime voluntário, de estarem sentadas à porta do quartel o que realmente importa.
Curioso é Luís Ferreira, incansável no seu blogue a publicar as contas camarárias, considerar imoral os bombeiros se sentarem à porta do quartel e não considera, imoral, profundamente anti-ético e de falta de respeito o facto de ele próprio estar a receber da Câmara Municipal de Tomar a módica quantia de 2.936€ (588.615$00) e ainda carro da autarquia, despesas diversas e ajudas de custo.
O Sr. Vereador Luís Ferreira custa aos cofres da Câmara Municipal de Tomar e, por conseguinte, aos munícipes e contribuintes, 3.000€ mensais incluindo subsídio de férias e outras regalias, para se ocupar a tempo inteiro do enorme e extenuante esforço de dirigir um e um só pelouro. É pois caricato que a figura desse Sr. faça juízos morais e de valor quando ele próprio é uma imoralidade no quadro de uma câmara ultra endividada.
Já é de há muito os surtos de moralismo do Sr. Vereador Luís Ferreira, moralismo imorais, diga-se em abono da verdade, casos como o de Lobo Antunes, entre outras pérolas, vêm tipificando a mediocridade daqueles que estão à frente do município, que deles tiram proveitos próprios e açambarcam recursos e, feitas as contas, o retorno é nulo ou a tender para zero. É realmente pena que o Sr. Luís Ferreira não comente no seu blogue os gastos da autarquia com a sua vereação, os seus gastos ao "serviço" da câmara bem como dos assessores e similares. Quais os proveitos que justificam a presença de um vereador a tempo inteiro com unica e exclusivamente um pelouro, o da protecção civil?
É uma pergunta fácil e de resposta curta, nenhuns, num concelho com menos de 40.000 habitantes, gastar mais de 3.000 euros com um vereador para um único pelouro é no mínimo uma afronta ao poder local, à democracia e ao estado actual do país e dos cidadãos. Numa altura onde se critica o tamanho do Estado, os gastos imprudentes, inconsequentes, muitos deles criminosos e, incompetentes, existir um caso como o do Sr. Luís Ferreira é uma nódoa que a todos nós nos tinge de vergonha e revolta.
Os negócio do PSD e do PS estão à vista de todos, uma câmara usurpadora dos dinheiros públicos sem eira nem beira, governada por cunhas e jogos políticos, cheia de dívidas e sem projectos ou planos. Um concelho desprovido de futuro, sombrio e cinzento, de onde todos fogem e os velhos do Restelo nabantino deitam vivas à áurea mística de um passado económico que há mais de 30 anos, praticamente desde o 25 de Abril, não existe, uma sociedade que finge progressos à sombra do Instituto Politécnico e cujo real labor está perto de valer nada. Nada se faz, nada se constroí e alguns tudo "roubam", porque se as aspas falassem diriam que aqui, roubar é legal.
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