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Muito se fala do actual Mercado Municipal de Tomar, mas pouco se fala da realidade que é o comércio nabantino, da falta de visão estratégica, que nem no debate passado foi explorada com relativo aprofundamento, neste momento, e como é hábito no município de Tomar, a visão acerca de temática do mercado é a que vigora nos manuais da perpétua visão filantrópica e saudosista de autênticos "velhos do Restelo" uns em versão idosa, outros em versão madura e até alguns em versão nova, mas o que mais existe são aqueles que querem agradar à pretensa maioria, não há pois então, lufada de ar fresco em Tomar, isto é, tudo o que vier e que altere o que existe e que mexa profundamente com a perpetuação antigamente, é alvo de violentas negações, rótulos e estigmas que já está mais do que provado, levaram à ruína de Tomar como cidade vectorial do Ribatejo Norte, das três o Médio Tejo é a região onde a competitividade entre cidades é maior e Tomar, primeira cidade do distrito tem se deixado ultrapassar.
A pretensa aristocrática de Tomar, levaram-na a estagnar, a não se modernizar, a não avançar e, é notório hoje a falta de visão, tudo isso é culpa de gerações de famílias que quiseram dar a ideia de que Tomar era uma cidade da nobreza, e tal como o despesismo português em tempos de ouro do Brasil, também Tomar não soube preparar o futuro e deixar-se adormecer à sombra da pretensa elite. E hoje com o mercado municipal é a mesma coisa, não se pode tocar no edifício, fóruns e centros comerciais são mal vistos, o desenvolvimento é mal visto, pelo menos é o que parece.
A relação entre as grandes superfícies comerciais não pode ser somente analisada com base em que a vinda do grande comércio é um factor negativo, sem equacionar o espaço, a competitividade e as sinergias, no caso de Tomar, um centro comercial perto do centro, isto é, onde é hoje o mercado traria vantagens e potencialidades para preservar o comércio local, porque vejamos, este tipo d consumismo, que atrai milhares de pessoas a esses centros potencia igualmente o comércio existente, desde que o centro comercial não seja estanque, isto é, que se vire para o exterior.
O facto de um centro comercial se localizar na periferia tem o feito inverso, esses potenciais compradores perderão a tendência de ir ao centro histórico por este se encontrar afastado, na lógica de vir, ver e ir embora. Por outro lado se esses centros se encontrarem relativamente perto dos centros históricos produzirão um fluxo daqueles que irão aproveitar e dar um passeio ou ir beber um café numa esplanada próxima, potenciando o comércio local, na perspectiva de vir, ver, conhecer o espaço envolvente e ir embora.
É necessário que esses centros comerciais se virem para o meio envolvente, no sentido em que arquitecturalmente devem estar perfeitamente integrados com o meio envolvente, assim se cria essa sinergia e razões de complementaridade, o turista visitará o centro comercial o mesmo com aqueles que viriam para o centro comercial de conhecer o centro histórico aproveitando a centralidade e proximidade.
No que diz respeito ao caso de Tomar, a esta razão de complementaridade - comércio de escala; comércio tradicional/local - é possível inserir outra razão de complementaridade que é facultada pela valência de existir um mercado, isto é, num mesmo espaço central reunir as vertentes do comércio de escala, mercado e centro histórico, na razão de que quanto mais valências, infra-estruturas, comércio diferenciado e serviços mais visitantes terá a cidade. É portanto uma grande vantagem competitiva em relação a outras cidades que pelo facto de terem esse tipo de comércio longe dos centros históricos, afastam os potenciais compradores do comércio local e assim beneficiarem o comércio de escala em detrimento.
Se se construísse um edifício de raiz, que não obstante uma volumetria média mas compensada pela envolvente e pela arquitectura pensada para o meio envolvente, que facultasse os seguintes pontos: Centralidade, Comércio e Serviços e Mercado Municipal, poderíamos catapultar o fluxo de pessoas entre todo o centro histórico e envolvente central de Tomar, que ficaria bem mais apetecível que por exemplo o Torreshopping e outras cidades próximas que afastam as pessoas do centro histórico. Trata-se portanto de criar relações de complementaridade.
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