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Decorreu hoje em Tomar um encontro organizado pelo PCP com a presença de Jerónimo de Sousa secretário-geral dos comunistas, nele participaram também os trabalhadores das firmas IFM/Platex e João Salvador,
Jerónimo de Sousa dirigiu o seu discurso tendo em vista a política do Estado, contestando a via seguida por José Sócrates e pelo PS, centrando-se nos temas sociais e da conjuntura actual edenunciando as precárias condições de trabalho, nomeadamente dos jovens, e o crescente desemprego. Para o PCP as medidas que melhor respondem à conjuntura prendem-se com o aumento dos salários reais,o líder comunista condena o Orçamento de Estado e a forma como este está a ser negociado, entre PS, PSD e CDS naquilo a que se pode chamar de "Concertação" iniciada pelo Presidente da Repúbilca. Jerónimo de Sousa adianta que é contínua a política de direita do PS e que cada vez mais o emprego e o crescimento é deixado para trás enquanto a Banca é apoiada. Terminou reafirmando a luta dos trabalhadores e do PCP pelos postos de trabalho.
Continuando a ler sobre a matéria em causa cada vez sinto mais tristeza pelo que se vai produzindo por este mar que é a Net, mas há quem considere como factos válidos, perfeitos disparates, não é preciso ter-se diploma para o comprovar.
Por exemplo, um dos argumentos a favor é o de que será mais fácil para os novos alunos aprender a ler e a escrever, mas quem profere isto se esquece de que eventualmente, coitados dos alunos do idioma inglês, que certamente terão imensas dificuldades em entender toda a panóplia de Th, Rh, Ll etc. Ou no Francês, sim porque é estranhamente difícil aprender o Ph, não, claro que não é, além disso, o facilitismo não é benéfico, a língua só têm a perder com a fonética, condenamos uma língua aprazível do ponto de vista gráfico, num emaranhado de letras dispostas sem alma, sem arte, desprovidas da beleza de outrora.
Sem contar com autênticos assassínios a palavras como húmido, que querem transformar neste espantalho de palavra que é úmido. Um cadáver da Língua Portuguesa. A troco de um suposto entendimento com o Basil (entendimento ou subserviência?) um povo que marcadamente efectua atropelos à língua que dizem falar, o país do mouse, deletar, ou muíto pior esta verdadeira obra-prima digna da pior sargeta do português que dá pelo substantivo blecaute (segundo a Wikipédia, um Aportuguesamento de blackout) um hino à estupidez de quem não têm tempo para consultar um dicionário de Inglês-Português, muitos exemplos existem mas este é o sublime cataclismo da Língua Portuguesa no Brasil.
Outro argumento é o de que vai aproximar as duas culturas, nada de mais errado há, os de cá vão continuar a preferir os livros escritos à maneira portuguesa, as legendas em PT-PT, os softwares irão ser disponibilizados na variante europeia, caso contrário optarão pelo Inglês (facto comprovado, basta consultar sítios da especialidade) entre outras situações. Vergonhoso será a amálgama de palavras que irão ser escritas num mesmo texto, parágrafo ou mesmo linha, com duas formas diferentes. Que belo prestígio!
Ainda voltando à história das comparações, está na moda a globalização e querem que o português seja como o inlglês porém, em vez de efectivamente o ensinarem, como é o caso da falta de interesse do Governo Português, em Macau a língua está a desvanecer-se, no Antigo Estado Português da Índia, já é uma relíquia, e nos países que mostraram interesse em proporcionar o ensino do português, a resposta de Portugal foi o silêncio. Aquando da entrega de Macau, foi a própria China a preservar o português como co-idioma oficial na RAEM.
Que espécie de embuste nos querem dar? A de falsos defensores da língua, mas apenas quando esta envolve cifras enormes, porque quando realmente houve oportunidades fulcrais para catapultar o portguês, o Governo de Portugal, ociosamente e vergonhosamente nada fez, e essas eram realmente as medidas mais eficazes que se poderiam ter tomado.
Mas os senhores importantes, e bem aqueles que julgam ser os sofistas e donos da língua, que ditam como Salazar as regras de como falar e escrever português, nunca se esqueçam que vós ficardes mas a língua não. Nunca aceitarei que, com base nesse propósito, me digam que está errado, recuso-me terminantemente a escrever dessa maneira, e quanto mais insistirem mais revolta existirá, porque a língua é como a natureza, se a tentam dominar o mais certo é ela responder com tormenta.
Ninguém é dono da língua, ninguém têm o direito de a tomar como sua, de editá-la a seu bel-prazer e, como língua viva que é, mudará lenta e progressivamente adaptando-se aos novos tempos e acreditem que se os termos desse acordo fosse úteis e válidos, a língua por si só já os teria incorporado.
Por último quero relembrar o seguinte, o Português, o Espanhol, o Francês entre outras são de matriz latina, de entre eles (e com muito pena minha, os mais preguiçosos são os Portugueses) o português é o que menos respeita a raiz etimológica Latina, que vergonha renegar esse passado, que tristeza e que povo tão desprovido de sensibilidade e de orgulho pelo seu passado, até o Inglês cuja matriz não é o Latim usa fortemente as suas raizes. Mas nós temos de ser sempre o carro do lixo da europa, não é?
Hoje no seguimento de uma pequena conversa no twitter, reflecti sobre o novo Acordo Ortográfico, é do conhecimento público a minha posição, por entender que de entre vários aspectos que considero primários na relação que temos com a língua, a título de exemplo:
Considero portanto que o dito Acordo Ortográfico, além de um atropelo aos pontos acima descritos, é ambíguo, discutível em larga medida, contraditório e facultavivo na sua essência, ineficaz naquilo que se propõe, inapropriado no contexto da língua e inútil em acção, além desas referências, compreende um imposição de determinada grafia por alguém/grupo,o qual considero nulo, consciente que a língua mudará quando o for necesário tal como a vida se adapta, sem mudanças bruscas e saltos.
O Acordo Ortográfico não acabará com as diferenças e continuarão a existir duas formas de escrita, a Portuguesa e a Brasileira, continuar-se-á a escrever edições específicas para Portugal e para o Brasil, porque nenhum falante admitirá a outra escrita, tal é o hábito.
Por último, e de forma pessoal, que nada tem que ver com o dito acordo, continuo a preferir que a língua deve ser fiel à sua matriz, ser mais etimológica do que fonética, porque a escrita também é uma arte e nessa arte jaz a ortografia e etimologia no seu conjunto, a meu ver é isso que define a língua escrita. Por exemplo, ainda acho que é uma escrita bela, a forma como Pharmacie do Francês, Diccionario do Espanhol ou Theatre do Inglês, que cultivam ainda a sua matriz. Tenho pena que em Portugal, não possa escrever que "o theatro de Thomar fica defronte da pharmacia". Que belo seria o nosso idioma escrito.
Assim sendo, A Plataforma Thomar Vrbe NÃO ADOPTARÁ o Acordo Ortográfico.
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