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É o título de um artigo publicado na edição de Agosto/08 do Boletim Informativo da CMT, que dava conta das obras inseridas no âmbito do programa POLIS, no qual dava destaque à betonagem da nova ponte e da construção de um muro que "defenderá os moradores da margem direita, nomeadamente da rua de S. Gião, da investida das aguas em caso de cheia (...)". Até aqui tudo bem, ergue-se um dique contra o transbordo do leito de cheias, mas o que salta logo à vista é o seguinte: se pensarmos em anteriores casos de inundações, que o são recentes à memória, vemos que, existem dois pontos fulcrais, por um lado trata-se da Vala da Levada, que em caso de subida repentina do nível de água do rio Nabão, constitui um primeiro sinal de alerta, por outras palavras, a Rua Everard é a primeira a ficar alagada, isto deve-se a duas questões que mais adiante serão tratadas, outro ponto fulcral é a rua Marquês de Tomar, que devido à acção do açude constitui uma zona de inundação, e podemos ainda referir a zona do Estádio Municipal e do Mercado Municipal. Acontece que a zona onde se está a construir este muro, não constitui muito uma zona de transbordo mas sim uma zona de confluência da corrente de cheia, que ao transbordar da rua Marquês de Tomar e da Levada percorre até reencontrar o leito de rio no Flecheiro, ou seja, o Fleceiro actua mais como o retorno do caudal transbordado do que como zona de transbordo, assim a construção deste muro ao contrário de impedir o avanço das águas, vai impedir que os caudais previamente transbordados não consigam voltar ao leito do rio, obrigando este caudal a percorrer ao longo da área do Flecheiro até encontrar escapatória, isto para lá da nova ponte.
Quanto à problemática da hidráulica do Nabão e concretamente na Levada, tenho para mim que a solução não reside na construção de muros, porque obviamente não poderemos emparedar ambas as margens do Nabão e ao longo das suas margens, dê por onde der, haverá sempre pontos de transbordo figurados na Levada e no topo Norte da cidade. Tenho que a solução não passa então por elevar as margens, mas sim, baixar o fundo e consequentemente os caudais, e tal facto não implica a perca do espelho de água que embeleza o Nabão, se um trabalho bem feito de desassoreamento e nivelamento, mas terá na mesma o espelho de água, dará uma certa imponência às pontes (na medida que parecerão mais altas e robustas) aumentará o volume disponível do leito que absorverá e conduzirá maior volume de caudal e por permitiria inclusivamente a reconstrução da antiga central eléctrica e o seu funcionamento, para fins museológicos ou não.
Acerca da Vala da Levada, o maior problema que assiste é o facto de que a represa e condução de parte do caudal do rio efectuada pela acção do açude, implica o seguinte, o volume de água que entra na vala é superior á sua capacidade de saída ou seja, em caso de grandes volumes de caudal provocados pelas cheias, o débito das duas comportas de regulação e das pequenas comportas terminais é insuficiente para a demanda de tão grande volume de entrada, assim têm-se que é preciso optar pelos seguinte, proceder à remodelação do açude da vala, isto é, construindo um conjunto de comportas à largura de toda a vala e por outro lado, se não se vai mesmo recuperar a central ( que de sí é erróneo) então urge retirar as duas turbinas de modo a desobstruir as suas comportas, assim, como escapatória de àgua passava a levada a contar com seis comportas em vez das actuais duas.
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